Saturday, August 05, 2006

K.E.

Quem diria que paixonite de criança não passa da infância? Aquele que negou isso não conheceu a garota que eu conheci. Na verdade, não conheci de verdade. Ir para a escola no mesmo transporte todo santo dia e estudar na mesma sala e não conhecer a garota? Eu era um belo dum gordo, tímido e fracassado mesmo. Mas, isso não importa agora. Aqueles quatro segundos valeram a pena. Aquele solo de bateria que Joey Jordison fez no meu coração durante aqueles quatro segundos valeu muito a pena. Valeu mesmo...
Como esperado, minhas idéias românticas foram a mil. Pareciam flashes cinematográficos, e como nos filmes, o final era feliz. Para meu azar, não sou protagonista duma comédia romântica, por enquanto, só duma melancólica. Por não sou eu um personagem de um romance de Joaquim Manuel de Macedo? Poderia eu ser muito bem Augusto e ela minha Moreninha. Aqueles longos e lisos cabelos morenos me enfeitiçaram, aliado àquele olhar de moça decidida que ela não lançava a mim, mas que tive a ousadia de roubá-lo para mim. Pena que não percebera meu delito...
Apesar de não ter conseguido raciocinar naqueles quatro segundos, eu puder ver um futuro. Pude ver sorrisos e beijos. Abraços e afagos. Felicidade e esperança. Será que há nove anos eu perdi uma chance? Ou apenas tinha esperança de tê-la, mas nunca a tive? Será que agora seria diferente? Perguntas demais...


Você está aí para mim? Poderia eu tentar pertencer ao seu mundo ao menos uma vez? Você me daria uma chance?

Wednesday, August 02, 2006

Six Cords, Distortion and a Revolution Dream

"Mas que porra, todo mundo tá aprendendo a tocar violão agora é? Ah, também quero!"
E foi assim que começou...


É nostalgiante em lembrar que tudo que você ouvia antes, antes mesmo de começar a agir "feito gente grande", era simplesmente incrível. Você ouve velharias e demos antigas de bandas que agora fazem sucesso e diz "Eu quero isso pra mim!". Tudo soa diferente agora. Da De Di virou Dó Ré Mi. Tum Tum Tá virou Dó Dó Lá. E aqueles solos de pirar agora viraram lição de casa.
Lembro que antes eu me empolgava tanto por saber as afinações das cordas. Só de saber fazer um acorde simples de tríade. De conseguir passar de um acorde para outro sem ter que parar o som. Da primeira música tirada, agradeço ao Incubus até hoje por fazer um música tão foda e tão fácil. Do primeiro solo, "Tarãrarã Tarãrarã Dãrãrarã Dãrãrarã This is my december...". Apesar de tudo, demorou quatro meses pra poder aprender a primeira música. É, eu fui um péssimo aluno por quatro meses, e agora, dez meses depois, 14 contando do começo, eu até fico nervoso de felicidade lembrar ao professor que ele disse "Esse vai ser pesado demais pra você essa semana" e em seguida levantar dois dêdos em forma de V e rebater "Duas horas, duas horas e o resto foi só pra ficar bonitinho". Haha, adoro aquele meu sorriso. Esse aqui, por sinal.

E agora vem o dilema: "Com quem eu vou tocar?!"
A TV abre cada vez mais espaço para bandas novas, a MTV perdão, boas bandas novas. É aí que eu olho para meu violão e digo a mim mesmo "EU quero estar aí!". Então chega a vontade de compor, tocar, melhorar, dar um mosh, ver a galera gritando na sua frente, cantando junto. Meu deus, eu realmente preciso disso. Se tem algo que pode curar o dano cerebral que a falta dum bom sono faz, com certeza deve ser fazer um show. Não, beber não conta, isso só pra compor. Então está decidido. Vou ter uma banda.
...
Err... alguém me compra uma guitarra? Procura-se um baixista, baterista e vocalista? Um máquina do tempo pra fazer o vestibular passar logo?
Geez, tem muito chão pela frente. Ótimo. Quanto mais difícil for pra chegar, mais prazeroso vai ser quando estivermos lá.

Sonho? É, acho que descobri o meu. Agora só me resta correr atrás.

Também acha legal? Então tá. Peguem suas palhetas, baquetas e microfones e sigam-me. Seja bem vindo ao novo mundo.