Wednesday, June 14, 2006

Chronicles of Bloody Shots: Sweetooth's Rise

Anjos às vezes são perversos. Oferecem proteção e segurança, mas em troca, pedem a safistação e o gozo do pecado. Usam os que têm fé neles para suas próprias ambições, que em teoria, não deveriam existir. Sim. Anjos pecam.

Desde jovem era devotado a santidade. Nascido com nome santo, não recusava seu aparente destino abençoado. Ia bem na escola, treinava artes marciais por prazer e era relativamente popular entre as garotas. Tinha a vida perfeita. A não ser por sua intensa fé que chegava no limiar da obsessão. E essa "fé" o levou diretamente ao seu declínio. Primeiro, através de seu mensageiro.
Tinha 17 quando Joaquim aparecera na igreja. Estava de joelhos na frente do altar pedindo perdão por ter tirado a inocência de uma jovem sem matrimônio. Joaquim ajoelhou-se ao seu lado e inciou a conversa com um "Bom dia, irmão". Primeiro Joaquim bancou o padre, ouviu suas confissões e consolou-o. Depois veio o papo sobre anjos e seus enviados, seus emissores da paz e amor do divino. Encantou o jovem que logo queria saber mais e mais.
- Meu filho - disse Joaquim - Eu provavelmente não poderia estar dizendo-lhe isto mas - Aproximou-se e sussurrou -
Eu sou um enviado dos anjos, estou procurando meu sucessor.
- Mesmo?! Por favor, me aceite! Eu estou pronto!
Exaltou-se o jovem.
- Sua disposição me alegra. Acredito que és capaz. Tu serás meu sucessor.

Estava a fazer 18 naquele dia chuvoso. Joaquim o ordenara a ir a sua casa. Chegando no aposento, percebeu algo errado: Estava uma zorra. Cadeiras, mesas e roupas espalhadas no chão, cortes e marcas de socos em todos lugares. Começava a ter medo.
- Você chegou - Disse Joaquim suspirando -
Venha aqui.
- Mas o que houve aqui?! O que está acontecendo!?
- Não interessa! Apenas entre nesse quarto agora!

Joaquim empurrou o jovem no quarto e trancou a porta. Estava escuro. Não podia enxergar nada. O Jovem gritava implorando à Joaquim pra que o deixasse sair. Até que ouviu algo.
-
Tenha calma meu filho...
-
Quem está aí?!
-
Não interessa. O que interessa aqui é se está disposto a aceitar minha força em seu corpo.
- Ah, você deve ser o anjo que Joaquim me falou.
- Anjo?! BWAHAHAHAHHAHA, seu tolo, isso não existe! Eu sou apenas sua última chance de vida. Aceite me e viva.
-
Ma-Mas ele disse que um anjo viria para me abençoar com sua missão divina e...
-
BWAHAHAHHA! Esqueça tudo que você aprendeu até hoje, não existe lugar para idealistas ou isso qe vocês chamam de fé. Apenas o forte sobrevive. Aceite-me...
-
Não é verdade! O Senhor irá me proteger da tentação e...
-
NÃO EXISTE NADA DISSO! Além do mais, se ele vai te proteger, por que choras na escuridão, então?
- Mas...
-
Aceite-me... Eu te darei força para sobreviver. Você já está preso na minha armadilha. É viver ou morrer. Aceite-me, divida seu corpo comigo, e dividirei minha força contigo. A escolha é sua...
-
Eu... Eu...
- Eu juro que se recusar, nem este teu nome santo vai te salvar... Jacob.
-
...
-
Aceite!
-
Eu aceito...
Sua mente estava despedaçada. Suas crenças tinha sido quebradas, não sabia o que fazer. Enquanto caia em desespero, começou a sentir pequenas pontadas por todo seu corpo, que começaram a crescer, e crescer, e crescer até que perdesse a consciência.

Estava num pequeno quarto sujo duma espelunca qualquer. As memórias da noite anterior vieram aos flashes. Algo sem sua cabeça dizia:
-
Começemos pela minha primeira oferenda, que tal aquele no terno que te enganou antes?
Sua pele começou a enrigeçer e formar uma armadura viva. Pulou na parede e se arrastou até a sala onde estava Joaquim. Do teto, caiu em cima do homem acertando sua cabeça.
Quando voltou a si, a polícia estava prestes a arrumbar a porta. Suas mão sujas de sangue, e o cadavér deformado de Joaquim espalhado pelo aposento. Foi condenado a 30 anos de prisão.


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- Então foi assim que você foi pego. Mas como veio parar aqui em Calipso?
- Meu advogado conseguiu me transferir pra cá. Achou que eu me adaptaria mais aqui.
- Realmente, você foi bem treinado e em dois anos conseguiu respeito, Sweetooth.
- É, seria bem diferente se eu não tivesse isso dentro de mim.
- Quem sabe. Mas agora eu entendo esses versos no seu braço. "Rogai por nós pecadores, no caminho do fogo tem flores".
- Isso é apenas pra lembrar a minha vida de antes. E pra evitar que eu volte a ela.
- Ei -
um carcerário apareceu na cela dos dois - Sweetooth, venha comigo.
- Por que diabos eu iria?
- Seu novo advogado provou sua inocência. Você está livre.
- MAS QUE PORRA?! -
Ambos cárceres exclamaram.
- Ele também te deixou esse endereço aqui pra você o encontrar. Parece que é um bar. Mas venha logo que eu tenho mais o que fazer.
- Haha! Acho que é isso meu caro -
Estava já saindo da vista de seu paceiro, parou e disse.
- Ei, Minion, a gente se vê...


- ... Lá fora.

Wednesday, June 07, 2006

Good Trip Hidropônica

Deitado no topo do beliche, a pouco mais de um metro para o teto. Nada faz, nada fez. O dia ainda está começando.
- Foda-se!
Pulou da cama, achou a carteira no armário, botou seu dinheiro no bolso, a chave de casa e da bicicleta na mão e um bom "Não lhe interessa" esperando alguma pergunta dos pais. A bicicleta a sua frente, levou-a até a porta silenciosamente por instinto. Fora de casa, monta na bike.
- Vai pra onde? Perguntou sua mãe.
- Não sei. Deu a primeira pedalada, e na segunda já esta longe o suficiente pra não ouvir o que sua mãe havia resmungado.
Depois dumas meia hora de pedalada sem rumo, viu um amigo na janela do ônibus.
- Vai pra onde puta?! Perguntou aos berros.
- Lá pra casa de praia, não vai ter ninguém lá, tá afim de aparecer? Respondeu.
- Vou levar a galera, beleza?
- Só se levarem os dados.
- E a vodka também.

Uma hora depois, estavam lá os Power Rangers. Quatro machos e duas fêmeas. Pizza de microondas e vodka com soda era o cardápio. Dez dados, 6 folhas de papel e algumas revistas eram o passatempo. Uma boa sessão de RPG garantiu diversão para todos. Ninguém bêbado, todos felizes e nada de orgias. Diversão segura e garantida. Resolveram virar a noite jogando. Perfeito, todos já tinham dito que iam dormir fora. Menos um. O Ranger Verde pega o celular da Ranger Amarela emprestado.
-
Alô, mãe?
- Onde você está menino?!
- Eu vou dormir na casa de um amigo. A gente têm eletricidade, comida congelada e uns quatros pastores bem mal encarados. Não se preocupe.
- Seu pai quer falar com você.
- Certo...
- O que você está fazendo?!
Ataca o velho estraga prazeres.
-
Me divertindo com meus amigos, por quê?
- Você deveria estar estudando!
- Hoje é fim de semana, dá um tempo...
- No meu tempo, só se dava um tempo de estudar pra dormir. Essa juventude de hoje está perdida!
- Juventude perdida é o caralho!
Desligou o telefone na sua cara.
- Você vai ficar né? Pergunta da Ranger Amarela, um pouco assustada com a agressividade dele.
- Lógico! Você acha que eu ia perder a chance de passar a noite com você? Além do mais, não acho seguro deixar vocês sozinhas com esses três macacos ai... Aquele sorriso que ele deu foi contagiante.
-
Três macacos VÍRGULA! Vem aqui que eu te mostro onde tá o macaco!

Três dias e duas noites. Tempo suficiente para se divertir, jogaram até se passarem mais de 48 horas depois de terem começado, pararam no domingo. Domingo a noite, finalizaram a noitada com bebida e sorvete na lanchonete da esquina. Vermelho e Azul foram pra casa cedo que a Natasha por pouco não os tinham derrubado. Ficaram Branco com Rosa, e Verde tomou iniciativa com Amarela. Fim de semana longe dos pais, vodka, pizza, RPG, e Romance. Não faltava mais nada. Dez da noite só restaram Verde e Amarela, ele e ela. Ela resolveu interromper os beijos e falar.
-
A gente tem aula amanhã né?
- Quem se importa?
- Bem colocado. Mas eu não posso vacilar se não minha mãe pega no meu pé, você me entende né?
- Claro. Eu ainda nem vi meu pai desde que desliguei o telefone na cara dele.
- Tem certeza que tá tudo bem?
- Lógico, pensando bem, agora deu vontade de ver ele sentando na poltrona na sala, só esperando eu chegar pra começar o esporro. Isso vai ser divertido.
- Haha! Você é maluco, mas vamos indo.

Ele a deixou em casa, e estava na porta da sua às 22:34. Entrou. Como previa, seu pai estava esperando com uma cara nada amigável. Sinismo estava estampado no sorriso que retribuiu o senhor mal encarado. Pulou de volta para sua cama, olhou para o teto mais uma vez, e antes de cair no sono disse.

- Foda-se.

Sunday, June 04, 2006

Cinza [s?

Tudo ficou cinza. Nada além de cinza. O velho e sem graça cinza. O Morto. Entediante, desanimado, horripilante e triste. O que mais tenho a dizer?
É estranho que amigos dizem que te entendem. Mas então por que ainda não sinto que realmente o fazem? Não pergunte. Não sei. Apenas estou entediado e cansado de estar entediado. Isso fede. É algo parecido com um vazio dentro de si, com uma pitade de dor de cotovelo e um bocado de tristeza. Emo? Não. Eu não estou fazendo caso, fazendo draminha ou seguindo modinha. Apenas desabafo escrevendo por que sei que não vou incomodar ninguém fazendo isso. Se não escrevo, seria a mesma sensação de você engolir seu própio vômito antes de pô-lo para fora.
Foda-se. Isso supostamente seria pra me espressar, apesar de muitas vezes sempre usar de terceira voz e contos que obviamente não vivenciei, não apareceu a pessoa que tenha entendido, que tudo expresso aqui são sensações minhas, nem que tenha me mostrado que sabia o que sinto.
Lógica? Perdi-a depois do primeiro parágrafo, sinto muito. Não entende? Seja bem vindo a turma, pois ninguém ainda se graduou no quesito entender esse dito
Decaying Poet.
Cinza. Está tudo cinza...