Doença Abstrata
- Por que eu estou fazendo um trabalho de colégio aqui sentado no shopping? Mas que diabos... Olha lá, minha prima e os amigos dela, eu conheço um deles, os outros não. Oi Ana, oi Henrique. Tchau Ana, tchau Henrique.
Uma garota do grupo ficou, encostou seus joelhos no jovem sentado como se dissesse "Ei, eu estou aqui". Ele a pega pelas pernas e a faz sentar, põe o trabalho de lado e indaga.
- Fazendo o quê por aqui?
- Advinha.
Aqueles olhos que não conseguiu destinguir que cor tinham, pois nada parecia ter cor no momento, eram tão penetrantes e provocantes que calibre 43 era pouco pra tamanho poder de fogo. Não pensou em uma resposta, não teve tempo, antes disso ela já se punha a beijá-lo. Pode sentir sua língua dançando um belíssimo tango entre suas bocas, foi ótimo, o melhor de todos. Ele achou sua resposta.
- Você sabia que eu gostei de você, não é?
Ela acena com a cabeça positivamente.
- Você é bonita, mas eu nem te conheço.
Acena positivamente, de novo.
- Por que você está aqui? Quando foi que eu voltei a pensar depois que perdi você de vista da pizzaria e antes dessa noite? Você vai me responder?
Vista embaçada, o teto branco no quarto escuro, 12 minutos até que o despertador toque. Por que sonhar? Por que ela? Você não vai ter coragem de pedir a sua prima pra te apresentar a ela, nem de pedir pra que ela te ajude, nem vai ter coragem de fazer alguma coisa, nem vai saber o que fazer, e provavelmente, conhecendo sua prima, não vai querer prolongar isso por muito tempo. Por que então? Vá pra escola, faça sua prova e jogue bola. Esqueça. Faça o favor a si mesmo e não deixe que isso vire uma doença, da outra vez foi aceitável, era coisa do passado, mas agora é, no mínimo, doentio. Let it go. Expresse, ponha pra fora, e não deixe voltar. Durma.
Uma garota do grupo ficou, encostou seus joelhos no jovem sentado como se dissesse "Ei, eu estou aqui". Ele a pega pelas pernas e a faz sentar, põe o trabalho de lado e indaga.
- Fazendo o quê por aqui?
- Advinha.
Aqueles olhos que não conseguiu destinguir que cor tinham, pois nada parecia ter cor no momento, eram tão penetrantes e provocantes que calibre 43 era pouco pra tamanho poder de fogo. Não pensou em uma resposta, não teve tempo, antes disso ela já se punha a beijá-lo. Pode sentir sua língua dançando um belíssimo tango entre suas bocas, foi ótimo, o melhor de todos. Ele achou sua resposta.
- Você sabia que eu gostei de você, não é?
Ela acena com a cabeça positivamente.
- Você é bonita, mas eu nem te conheço.
Acena positivamente, de novo.
- Por que você está aqui? Quando foi que eu voltei a pensar depois que perdi você de vista da pizzaria e antes dessa noite? Você vai me responder?
Vista embaçada, o teto branco no quarto escuro, 12 minutos até que o despertador toque. Por que sonhar? Por que ela? Você não vai ter coragem de pedir a sua prima pra te apresentar a ela, nem de pedir pra que ela te ajude, nem vai ter coragem de fazer alguma coisa, nem vai saber o que fazer, e provavelmente, conhecendo sua prima, não vai querer prolongar isso por muito tempo. Por que então? Vá pra escola, faça sua prova e jogue bola. Esqueça. Faça o favor a si mesmo e não deixe que isso vire uma doença, da outra vez foi aceitável, era coisa do passado, mas agora é, no mínimo, doentio. Let it go. Expresse, ponha pra fora, e não deixe voltar. Durma.