Tuesday, May 31, 2005

Changes

"O ato de viver é o ato de mudar."
Estas palavras o atingiram em cheio. Estava tão cansado que mal podia reagir, na verdade, não havia como reagir. Estava cansado de sentir vazio, de estar sempre sozinho, de ver seus amigos fazendo coisas, conhecendo pessoas, as vezes sem notar sua presença ou ausência, estavam todos se divertindo. E ele apenas olhando. Esperava que alguém fosse convidar-lo a se juntar a eles e se divertir. Mas que tolo. Muito tolo.
Parecia um garoto desenturmado, isolado e tímido. Sua expressão era triste, não se sabia ao certo o que ele sentia. Talvez este garoto estivesse procurando por amor, ou talvez por um instante ele esqueceu quem ele era, ou talvez este garoto apenas queria ser abraçado...
Mas ele ainda tinha esperança, e também alguns amigos verdadeiros que o fizeram perceber a real situação. Ele está procurando por algo no lugar errado. Ai ele se vê no espelho, e vê um garoto bobo e imaturo. Não gosta nem um pouco do que vê. Precisa que se olhe e veja alguém que possa se sustentar quando os problemas se agarrarem em suas costas e a vida tentar lhe dar uma rasteira. Precisa que veja não mais um garoto, mas sim um homem. Precisa ver um homem que seja capaz de compartilhar sua vida com alguém.
Ele veste uma camisa que diz: "Happy New Year 2004". Assim ele pode lembrar como foi "feliz" seu ano de 2004.
Olha para o espelho. Gargalha. Ele adora sarcasmo.
Com todas as memórias e cicatrizes está decidido.

Ele vai mudar...

Wednesday, May 11, 2005

Lapsos Insanos e Lágrimas...

Meus olhos me mostram tudo. Tudo, sem exceções. Falsidade, Intriga, Desprezo e Ódio. É isso que vejo:

Muitos sorrisos, vários sorrisos,
todos belos e distintos,
tão lindos, mas...

Nenhum deles é o sorriso que eu quero ver.

"Então que sorriso você quer ver?" me perguntam.
Quero um sorriso para mim, um sorriso sincero,
que me faça sorrir, que me faça feliz...

Não quero mais todos esses "belos e distintos" sorrisos. Não quero mais esses sorrisos que me fazem chorar...

Sunday, May 08, 2005

Registro da Derrota

Dor. Seu corpo doía, doía muito. Aquela gripe estava acabando com ele. Mal levanta, cai de volta na cama e adormeçe mais uma vez, e acorda pior. Imaginando sua cara medonha ao acordar, dirige-se ao banheiro e limpa o rosto sem olhar. Volta para o quarto, e deita mais uma vez.
Depois de não conseguir mais dormir, liga a bosta do computador e começa futucar um jogo qualquer. Não está nem um pouco animado com o jogo, mas joga mesmo assim. Tem que fazer alguma coisa, alguma coisa que o faça esquecer...
Sem mais paciência, para de fazer tudo e decide encarar a verdade. Ele está infeliz, muito infeliz. Cansado de tudo, excluindo dois amigos, todos paracem cada vez mais e mais nojentos e repugnantes. Ele não consegue mais sentir: ódio, amor, saudade, rancor são apenas palavras. Esqueçeu como é doloroso viver e agoniza enquanto apenas existe...

Thursday, May 05, 2005

Comida, Espirros e Solidão

Acordo. Depois de me desenterrar dos cobertores, caio um andar direto no chão para calar o despertador. Está frio, muito frio. Ou sou só eu com sintomas de gripe. A quente água do chuveiro parece tão fria quanto a água da geladeira. Pego meu casaco e me arrasto até o colégio. Chove fraco, mas como eu estou mais fraco ainda pra andar rápido, não faz diferença. Pra mim é um temporal.
No colégio só perda de tempo. Primeiro discursões chatas e divergências de idéias na turma me irritam tanto quanto um carrapato irrita um cachorro. Não estou com a menor vontade de aturar isso, saio e só volto quando acabar. Além dos espirros contínuos, a chuva e a ventania, estou morto de fome. Imagine um drogado, olhe para minha cara, e não precisará mais imaginar. Estou tão horrível que minha carência transborda por entre meus olhos. Agora sim pareço um idiota completo.
Volto pra casa. E pra tornar o dia mais absurdo, eu apareci no jornal. "Alunos sensibilizam-se pela diretora ameaçada". Eu mesmo só estava lá pelo ar-condicionado... Tarde horrível. Mais espirros, minha mãe enchendo o saco, e a cabeça estorando. Não podia piorar.
Mas piorou. É aniversário da minha irmã, está tendo festa e eu estou aqui isolado no quarto ouvindo musica em frente ao computador. Lembro de um filme, e me sinto exatamente como o personagem principal: Só, carente e triste. Nunca tive tanta vontade de ter alguém pra dividir a noite comigo. Onde estará você minha Clementine?
E Pra finalizar, continuo me afogando em músicas de dor-de-cotovelo, morrendo de dor de cabeça, me empanturrando com os salgados da festa e corisando. Dá pra piorar?... É, agora que eu perguntei, tenho um pressentimento que terei um manhã terrível na escola...