Sunday, April 17, 2005

Simple Things

Um elogio, uma boa conversa e um sinal de preocupação. É impressionante como coisas simples como essas têm poder para fazer sorrir alguém que chora por dentro.
As vezes, vemos pessoas gargalhando, rodeadas de outras pessoas gargalhando também. Imaginamos que todos estão felizes, imaginamos. Não é difícil, mas se observarmos com cuidado, veremos que nos olhos de uma dessas pessoas "felizes" não há o mesmo brilho que há nas outras. Essa pessoa pode parecer a mais radiante do grupo, mas na verdade, sofre, e para não incomodar, se contém, e sofre só. Eu sou uma dessas pessoas. Como diria Kurt Cobain, "Se as pessoas ao me verem sorrir, pudessem enxergar no fundo da minha alma, ao invés de sorrirem de volta, chorariam comigo".
Muitas vezes, é difícil fazer essas pessoas sorrirem de verdade. E muitas vezes é tão fácil que se faz sem querer. Eu passei muito tempo pensando e conflitando comigo mesmo em busca da razão de me sentir assim, tão vazio, tão inútil. A resposta nunca vem. Mas é quando ouço coisas como: "Como você está?", "Estou aqui quando precisar", "Eu te amo", "Você tem um dom"; e do nada me vejo meus olhos a brilhar. São pequenas coisas que causam enormes reações.
Eu sorri hoje. Ao menos hoje eu esqueçi que não sou feliz. Ao menos hoje eu tenho de dizer: Obrigado!

Friday, April 15, 2005

Ainda estou vazio
e continuo sentindo frio.
Quem poderá me confortar,
e quando não precisarei mais chorar?

Sunday, April 10, 2005

Tarde Vazia

O despertador grita. Não sabe se acorda ou se continua lá, afinal, o aparelho falhou em despertá-lo. Levanta, tem que levantar, tem prova hoje. O sol não estava forte, ventava e não sentia fome, o dia parecia ser bom. Parecia. A maldita prova conseguiu acabar com essa espectativa completamente e havia plantado uma bomba na sua cabeça.
Tic... tac... tic... tac... tic... tac... tic... BOOM! Aquele maldito teste havia sido o gatilho para a explosão. Não podia mais ficar ali, sua sanidade estava em jogo. Entrega o teste e vai direto para sua casa. E de mal-humorado e estressado, passa para só e entediado.
As luzes do computador não surtiam efeito, continuava gélido e inerte. Vagava pelo apartamento, desnorteado. Ouviu o som das gotas de chuva batendo na janela. Ninguém em casa, não havia nada a fazer. Ligou a TV, logo em seguida ela desligou. Faltou luz.
Estava cansado, cansado de não fazer nada. Correu para o quarto, revirou as gavetas até achar um pequeno rádio de pilha. Sentou-se na poltrona da sala e ligou o aparelho. Uma música tocou.

"Pela janela, vejo fumaça, vejo pessoas
na rua os carros, no céu o sol e a chuva..."

Por impulso, levantou-se e foi a janela. Fumaça, pessoas, carros, sol e chuva. Estava tudo lá.
A música continuava.

"Você me ligou, naquela tarde vazia, e me valeu o dia..."

Encarou o telefone, quase que obrigando-o a tocar. Desistiu...

"TRRRIIIIIM! TRRRIIIIIM!"

Correu em direção ao telefone e atendeu.

"Oi."
"Alô? É da pizzaria?"

Cravou o telefone no gancho. Sua mão tremia. Uma lágrima caiu.